sexta-feira, 8 de junho de 2012

segunda-feira, 21 de maio de 2012

Me rendo ou luto contra o preconceito?

Esta é a dúvida que persegue os indígenas universitários diariamente, seja nas salas de aula, nos corredores da instituição ou pelas ruas, quando são alvos da discriminação e do “preconceito de olhos azuis”.
Ontem, na Universidade Estadual de Feira de Santana deu-se início ao 2º Seminário de Afro-Brasileiros e Indígenas (8 a 10 de maio, Módulo 7, Auditório 5), um evento de grande importância para ambos os povos em questão. O pequeno auditório esteve lotado durante todo o dia, sendo palco de um momento único, onde estudantes indígenas, negros e simpatizantes puderam discutir questões sociais, políticas afirmativas e bolsas auxílios, se abrindo de coração para expressar o seu sentimento quanto estudante “diferente”, relatando os preconceitos vividos dentro da comunidade acadêmica, mostrando a decepção de encontrar neste ambiente, que no mínimo deveria ter uma maior compreensão quanto às singularidades e à diversidade cultural, o mesmo preconceito enraizado que se encontra nas ruas.
Depois das falas da mesa e dos debates no período da manhã, alguns estudantes indígenas Tuxá da UEFS fizeram o seu tradicional ritual de dança, O TORÉ, passando a todos uma energia positiva e a certeza de que, embora haja diversos problemas, a cultura indígena e do povo Tuxá se mantém viva e expressa na garra e coragem destes universitários.
Durante a tarde, necessariamente às 17h , dá-se início a mesa 4, com o tema COTIDIANO DE DISCRIMINAÇÕES DAS IDENTIDADES NEGRA E INDÍGENA, com coordenação da Professora Patrícia Navarro, formada pelos Estudantes Indígenas Josevan Tuxá, Fabinho Arfer Juntá Tuxá e da Quilombola Luciene Paulo Cruz, além da presença ilustre da Professora Maria Rosário Gonçalves de Carvalho (Etinóloga  e Coordenadora do PINEB/UFBA).
O Estudante Fabinho Tuxá apresentou os bordões mais conhecidos, que têm como escopo minimizar o Indígena, entre eles:
“Porque não está pelado? Cadê sua oca? Você fala Tupi? Porque você tem pelos? Porque seu cabelo não é liso? Porque não volta pro mato? Lá vocês ficam pelados? O que é isso? É tatuagem? Lá as índias ficam peladas..? hum… Índio com celular, face…?”
Relatou também casos que ocorrem, desde o princípio, dentro da cidade onde se localiza a aldeia Tuxá, Rodelas – BA; casos dentro das escolas, onde os estudantes indígenas tinham de levar sua própria cadeira, pois na instituição as cadeiras eram apenas para os filhos de brancos, caso o índio se sentasse era imediatamente retirado do assento; a mesma ordem permanecia com a merenda escolar, os índios não podiam comer.
O estudante conta também uma situação constrangedora que viveu dentro da UEFS com o estudante recém formado em história, Junior Tuxá: eles haviam recentemente participado de um evento com temática indígena, e estavam pintados de Jenipapo, quando foram jantar no Restaurante Universitário, vulgo Bandejão; quando se sentaram ao lado de uma estudante esta mudou sua feição ao vê-los, mostrou-se meio que enojada e/ou ameaçada, se levantou imediatamente e foi sentar-se em outro lugar.
O estudante conta este episódio com um nó na garganta, ressentido. Fábio levanta um acontecimento muito comum a todos os estudantes indígenas, a falta de companheiros em sala de aula na construção de trabalhos ou seminários, fala que não entende se isto se deve ao fato de nos julgarem menos inteligentes ou incapazes ou pelo fato de nos verem como intrusos neste “mundo” elitista e muito “igual”; o próprio estudante fala que, de fato, se sente um intruso dentro deste espaço (“A universidade abriu suas portas, contudo, a forma como a comunidade acadêmica nos trata é como se fôssemos intrusos,diz ele), como um peixe fora da água, e termina brincando com a situação e se mostrando indiferente às discriminações, pois reconhece-se autossuficiente e diz: “Trabalho de grupo, ou se for de dupla, é TUPÃ E EU” .
O Jovem universitário Josevan Tuxá dá inicio à sua fala perguntando aos presentes qual deles nunca foi pintado e enfeitado por penas de cartolina no dia do índio: todos (óbvio) levantam a mão e afirmam já ter vivenciado isso.
Josevan entra no assunto de Educação e faz um apelo para que estas coisas mudem, que a história dos indígenas seja mais bem vista e explorada nas aulas das escolas em geral, pois considera que esta é a única forma de dar fim à discriminação, ou seja, se as pessoas tivessem um melhor conhecimento sobre os indígenas e afrodescendentes, o respeito existiria. O estudante conta também um caso que viveu dentro da Universidade, quando o professor durante a chamada, no lugar de chamar o seu nome se direcionou a ela fazendo o famoso “uh- uh- uh- uh”.
Existem diversos casos que comprovam o teor Elitista desta Universidade e do desrespeito que existe às diferenças, vindo dos estudantes e dos próprios professores, assim como conta a estudante indígena de Enfermagem, Leidiane Atikun, que presenciou sua professora de Anatomia falar que “Depois que se iniciou  a política de cotas, o nível da Universidade caiu bastante”; uma situação parecida aconteceu com a estudante Brenda Tuxá, também estudante de enfermagem, quando seu professor falou que “A Universidade Estadual de Feira de Santana só prestou enquanto não havia a política de Cotas”.
Tal tema foi bem apresentado também pela Quilombola Luciene, que conta as dificuldades dos jovens da sua comunidade em ingressarem na Universidade e da dificuldade de permanecerem aqui dentro; a mesma apresenta uma reflexão interessante: “A universidade diz: Venham, vocês são bem-vindos, mas depois, quando estamos aqui dentro, a fala é: A porta da rua é a serventia da casa”. Por último a fala da professora Rosário, que reafirma muito bem tudo o que foi dito pelos estudantes, afirmando que é preciso o respeito e uma melhor compreensão quanto à diversidade cultural e suas singularidades.
De toda forma, as lutas e enfrentamentos continuam, é preciso moldar a imagem nublada que a grande totalidade tem sobre as minorias, inclusive dos homossexuais, como sugere Jackson, negro e homossexual: “Toda discriminação é injusta e sem fundamento, e só vai ter fim quando se tiver um maior conhecimento do outrem e consequentemente, o respeito”.
Concluo aqui, e acredito que cada estudante indígena que ingressa neste meio universitário é uma nova oportunidade para romper com estas falsas ideias de que índio bom é o índio distante, índio enfeitado na estante ou preso nas telas de um belo quadro, pois índio bom é aquele que luta e se mostra presente!
Eduarda Arfer Juntá Tuxá
9 de maio, 2012
Feira de Santana- BA

terça-feira, 8 de maio de 2012

Seminário sobre Racismo e Antirracismo será em maio

De 14 a 16 de maio, o Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros da UFGD (Universidade Federal da Grande Dourados) realizará o “V Seminário Racismo e Antirracismo: cultura afrodescendente e diáspora”.

O evento tem como objetivo debater questões relacionadas as desigualdades etnicorraciais e os mecanismos de combate as mesmas. Visa criar um ambiente de debate acadêmico sobre esse importante tema.

Na edição de 2012, o Seminário pretende discutir o papel da cultura afrodescendente na constituição da cultura brasileira e suas várias manifestações, principalmente, aquelas que contribuem para visibilidade do papel da história da população negra na construção da nossa identidade nacional.

A programação prevê comunicações individuais, solenidade de abertura e palestra sobre “Afrodescendentes e Discriminação”, com o Prof. Dr. Sergio Paulo Adolfo (UEL), dia 14, às 19h30, além de oficinas/minicursos em escolas de Dourados.
No dia 15 e 16 de maio, às 19h, o tema será “A construção da identidade afrodescendente em contos brasileiros”, com a Profa. Dra. Ana Claudia Duarte Mendes, na Escola Estadual Castro Alves.
Somente no dia 15, às 19h, o tema será “Teatro e identidade afro-brasileira”, com Prof. Ms. Braz Pinto Junior, na Escola Estadual Vilmar Vieira Matos.
Já no último dia de evento, 16 de maio, serão duas oficinas às 19h: “Reeducando o olhar”, com o Prof. Dr. Rinaldo Vitor da Costa, a partir do vídeo ‘Raça humana’, na Escola Municipal Etalívio Penzo; e “Racismo e preconceito em sala de aula”, com a Profa. Dra. Eugenia Portela de Siqueira Marques, com a exibição e debate do documentário “Vista a minha pele”, na Faculdade de Educação (FAED), localizada na Unidade II da UFGD, Cidade Universitária. As vagas são limitadas.

EDIÇÕES ANTERIORES
Em 2007, o evento discutiu os mecanismos jurídicos e as ações afirmativas. No ano de 2008, seu tema principal foram as ações afirmativas para o reconhecimento e respeito da diversidade. Já na edição de 2010 há uma preocupação com a efetiva implementação da Lei 10.639/03 e 11645/08 que dispõem sobre o Ensino da História da África e da Cultura Afro-brasileira e História Indígena. Essas leis são importantíssimas na construção de uma educação antirrracista e democrática. Nos anos de posteriores os eventos desenvolveram temáticas voltadas a educação e diversidade.

Ciências Sociais

Bacharelado e Licenciatura e Bacharelado
     O Curso de Ciências Sociais possui duas estruturas de formação:
     Bacharelado - formação de Bacharel em Ciências Sociais;
     Licenciatura e Bacharelado - formação articulada entre Licenciatura e Bacharelado.

      A seleção de ingresso de acadêmicos é feita somente para o Curso de Ciências Sociais Licenciatura e Bacharelado.

      A proposta dos Cursos de Ciências Sociais (Bacharelado; Licenciatura e Bacharelado) é capacitar profissionais com visão holística e crítica, a partir de conhecimentos interdisciplinares sobre os fenômenos sociais, culturais, políticos e econômicos e, para tanto, exige-se senso crítico, visão ampla de sociedade e capacidade para o exercício de atividades de pesquisa, planejamento e assessoria técnico-científica em agências privadas e governamentais, cujo mercado de trabalho apresenta-se como promissor na região da Grande Dourados e em outras regiões do Mato Grosso do Sul, do país e até mesmo do Mercosul.

     Bacharelado
     O Curso de Bacharelado em Ciências Sociais foi proposto para a formação de profissionais capacitados para estudar as relações sociais, a interação social, a estrutura, o funcionamento e o desenvolvimento dos grupos sociais e das sociedades.
     Os espaços de trabalho nos quais atuam os/as Cientistas Sociais são universidades, ONGs, sindicatos, partidos políticos, institutos de pesquisa e de planejamento, movimentos sociais, órgãos governamentais ligados aos Poderes Executivo, Judiciário e Legislativo, dentre outros.
     Na ausência de profissionais com essa formação acadêmica, profissionais de outras áreas ocuparam, em Mato Grosso do Sul, espaços que demandam sólidas habilidades nos campos de Antropologia, Ciência Política e Sociologia. No entanto, o preenchimento desses espaços não trouxe, salvo raras exceções, contribuições significativas no que se refere à pesquisa, planejamento e assessoria técnico-científica sobre a realidade social, política, econômica e cultural da região onde a UFGD está inserida. Daí a necessidade de fortalecimento do campo de atuação das Ciências Sociais, com uma formação sólida e adequada às demandas da região.
  

      Licenciatura e Bacharelado
      O Curso de Licenciatura e Bacharelado se propõe a contribuir para a formação de profissionais capacitados para compreender a complexa realidade social, bem como professores do ensino médio comprometidos com a produção do conhecimento. Além disso, se propõe a capacitar profissionais capazes de diagnosticar os fatos sociais que envolvem as questões da violência, direitos humanos, conflitos, segurança, saúde, moradia, relações de trabalho, bem como, manifestações festivas, rituais, diferenças étnicas, culturais e de gênero. Assim, o/a profissional estará habilitado/a também para exercer atividades de pesquisa, planejamento e assessoria técnico-científica em agências privadas ou governamentais, bem como atuar como professor/a universitário/a.

Minha grande experiência

Ser mãe é uma experiência inexplicável, só passando por ela para saber. Em 2011 veio a menina mais linda do mundo, minha filha. Com ela aprendi muitas coisas, ser mãe é um ato de amor e carinho. É uma experiência que muda a vida. Você tem um ser que depende de você, e como diz meu professor tudo depende dos pais, pois a infância é a fase mais linda e marcante da vida de um ser humano.
Amo a minha filha, sou apaixonada pela minha filha.
Uma linda menina um presente de Deus na minha vida.
Jasmili, mamãe de ama de mais.
 

Estou de volta no meu blog

Volteiiii!!!
Depois de um bom tempo sem atualizar meu blog, agora som estou voltando com toda força.
Jaqueline Gonçalves Porto